Seguindo os passos de Cristo nos Santuários ligados a sua paixão, avançamos na segunda etapa da peregrinação quaresmal, motivada pela Custódia da Terra Santa e aderida pelos cristãos locais e peregrinos das diversas partes do mundo. Caminhamos rumo ao Getsêmani, aos pés do Monte das Oliveiras. Adentrando no complexo da Basílica, contempla-se o Jardim das Oliveiras que conduz o fiel a uma experiência, em que se medita o FIAT de Cristo à vontade do Pai. Uma entrega que passa também pela experiência da traição. Judas lembrado pelos séculos como aquele que entregou Jesus por 30 moedas de prata, vem citado na homilia de Padre Carlo Giuseppe, da diocese de São Marinho em Montefeltro na Itália, o pregador oficial deste itinerário quaresmal. O Iscariotes foi apresentado como aquele que apostatou, rompendo assim sua comunhão com Cristo e seus discípulos. Pe. CARLO GIUSEPPE ADESSO Diocese de San Marino – Montefeltro/ Itália São João utiliza para definir este esplêndido lugar o termo Kephos que em grego significa jardim florido, jardim verdejante. Partindo desta intuição, alguns padres da igreja fizeram uma bela comparação. Uma comparação muito sugestiva. Como o primeiro homem trai a confiança de Deus dentro do paraíso terrestre, ou seja, de um jardim, assim Judas traiu a amizade de Cristo Jesus, também dentro de um jardim. A Santa Missa presidida por Frei Stéphane Milovitch foi celebrada na Basílica das Nações, igreja moderna construída em cima das fundações da igreja bizantina, ela é assim denominada porque cada uma das doze cúpulas foi consagrada a Cristo por diferentes nações. O Mistério Eucarístico aconteceu em torno do altar que fica sobre a Pedra da Agonia, onde segundo a tradição marca o local em que Cristo em sua angústia suou sangue. Tendo como tema central de sua homilia a Eucaristia, o pregador deste ano apresentou a traição de Judas a partir da passagem do Evangelho de São João capítulo 6, que narra o discurso do Pão da Vida e a hostilidade do discípulo em crer. Pe. CARLO GIUSEPPE ADESSO Diocese de San Marino – Montefeltro/ Itália Judas aparece no discurso sobre o Pão da vida, feito por Jesus em Cafarnaum, depois desaparece e volta a aparecer na Vigília da Paixão, também em Betânia, mas sobretudo na última ceia. A traição aconteceu no coração de Judas já em Cafarnaum, ou seja, num contexto eucarístico, isto significa que como Cristo deu a si mesmo na Eucaristia, assim Judas ofereceu aos inimigos, o Senhor. Ele que traiu o Cristo recebendo o pão na última ceia. O pão que a igreja define como Eucaristia. Padre Carlo Giuseppe faz um convite a vigilância, de modo que a escuridão que tomou conta do coração de Judas, não nos conduza à desilusão e ao abandono da fé. Pe. CARLO GIUSEPPE ADESSO Diocese de San Marino – Montefeltro/ Itália Todas as vezes que podemos fazer algo, dizer algo e não o fazemos, isto é omissão. Pense em todas as vezes que o nome de Jesus é cancelado, e para não ofender aqueles que não pensam como eu, ou aqueles que não crêem como eu, me silencio. Em teoria, estamos fazendo um ato de respeito, mas vamos mudar o lado da moeda, isto é uma pequena traição ao Senhor. Talvez precisemos refletir um pouco mais sobre isso.