A cidade de Ashkelon está localizada no sul de Israel, com vista para o mar, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza. Desde muito tempo, é um caminho importante do Egito e para o Egito, uma faixa de terra por onde muitos povos e culturas passaram.
RAFAEL LEWIS
Universidade de Haifa
“Tel Ashkelon é considerada uma das cidades costeiras mais importantes da Terra Santa e muitos a consideram a porta de entrada sul da Terra Santa. O que poucos sabem, é que Ashkelon, também foi muito importante durante os períodos romano, bizantino e cruzado”.
Estamos na parte mais alta do antigo povoado de Ashkelon, do qual se avista todo o território. Uma posição estratégica, a poucos passos de uma das entradas da antiga cidade, a “Porta de Jerusalém”.
Aqui, uma campanha de escavações arqueológicas liderada pela Itália, chamada de “AskGate” está em andamento, envolvendo uma equipe internacional e multidisciplinar. É promovida pela Universidade de Florença e financiada pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.
CECILIA LUSCHI
Diretora “Askgate” – Universidade de Florença (DIDA)
"Ashkelon pode ser vista como um paradigma do que é o Mediterrâneo em geral e da presença itálica que, desde os romanos até o período medieval e cruzado, habitou esses lugares".
As escavações se desenvolvem na área denominada como a Igreja de Santa Maria in Viridis. O local já foi escavado pela expedição Lion Levi da Universidade de Harvard, em 1985 e novamente, entre 2014 e 2016.
RAFAEL LEWIS
Universidade de Haifa
"Voltamos a pesquisar aqui porque sentimos que ainda havia algo importante para explorar."
O sítio era um local de culto cristão nos períodos bizantino e cruzado. A descoberta de escritos árabes levou a pensar em uma reutilização como mesquita, mas a descoberta de algumas cruzes, mudou a perspectiva novamente.
CECILIA LUSCHI
Diretora “Askgate” – Universidade de Florença (DIDA)
"As cruzes e uma presumível escrita grega são coordenadas com a escrita no nicho superior e nos fazem pensar na existência de uma comunidade cristã de língua árabe".
A outra linha de pesquisa diz respeito ao uso do edifício antes do período bizantino. Entre os elementos de maior interesse está um sistema hídrico particularmente desenvolvido, de uma clara característica romana.
CECILIA LUSCHI
Diretora “Askgate” – Universidade de Florença (DIDA)
“Este local é particularmente importante pela presença de água: um tanque, um coletor de chumbo que chega a um poço de inspeção e uma cisterna. Mas o mais interessante é uma abside, que tem ao pé, uma boca de água”.
A poucos metros daqui encontram-se o cardo e o decumanus da época romana e, mais abaixo, há uma série de edifícios "públicos", desde o anfiteatro à basílica de Herodes, o Grande.
CECILIA LUSCHI
Diretora “Askgate” – Universidade de Florença (DIDA)
"Nós esperamos verificar se houve uma implementação romana de um sistema público de água aqui. Isso caracterizaria uma espécie de urbanização do primeiro sistema romano, que difere da antiga Ashkelon, que se encontra sobre as duas colinas”.
Vários indícios e novas descobertas apontam nessa direção:
RAFAEL LEWIS
Universidade de Haifa
"Encontramos também uma grande moeda que parece pertencer à última parte da época romana, século II ou III".
LAURA AIELLO
Pesquisadora em Arquitetura – Universidade de Florença (DIDA)
“Neste momento encontramos parte do revestimento da parede. Este achado nos confirma o fato de que toda essa parte seria revestida de mármore”.
Tudo o que é trazido à luz, os achados que emergem das escavações, as áreas escavadas, são relatados em mapas constantemente atualizados.
MARTA ZERBINI
Doutoranda em Arquitetura – Universidade de Florença (DIDA)
“Pudemos acompanhar toda a sequência das escavações e, assim, conseguimos redesenhar tudo o que encontramos e ter os palnos, as plantas e todos os desenhos necessários”.
O sítio de Ashkelon ainda tem uma longa história para contar e promete continuar a surpreender.
A Mensagem de Natal do Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton; a oração pela paz em Roma; o novo livro sobre a história das origens do cristianismo e, ainda, o feriado judaico de Hanukkah.
No dia 11 de dezembro, a Praça Santa Maria in Trastevere, em Roma, foi iluminada com velas de Fé e Esperança durante uma oração dedicada à paz no mundo, presidida pelo Cardeal Matteo Zuppi, Presidente da Conferência Episcopal Italiana, juntamente com o Vigário da Custódia da Terra Santa, Fr. Ibrahim Faltas.
No dia 13 de dezembro, a Universidade Dar Al-Kalima, em colaboração com a Missão Pontifícia, organizou uma conferência no Teatro Universitário Dar Al-Kalima, em Belém, para apresentar o livro “Palestina, berço do cristianismo: uma introdução à história das origens do cristianismo do primeiro ao sétimo século”.