Na quarta-feira, 16 de março, começaram em Jerusalém as peregrinações quaresmais dos franciscanos aos lugares santos. A tradição de celebrar a missa nos lugares onde ocorreram os momentos da Paixão de Jesus remonta aos primeiros séculos da era cristã. Assim, todos os anos, os frades da custódia da Terra Santa animam essas liturgias nas semanas da Quaresma, à espera da Páscoa. A pequena Igreja do Dominus Flevit, com uma capela em forma de lágrima, situada na metade da estrada ao longo da encosta ocidental do Monte das Oliveiras, recorda o episódio evangélico em que Jesus chorou pelo futuro de Jerusalém. Durante a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no primeiro Domingo de Ramos, as multidões estendiam seus mantos na rua diante dele exclamando: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” Olhando do alto para a cidade, Jesus chorou por ela profetizando sua destruição. A missa solene foi presidida por Fr. Donaciano Paredes; Mestre dos alunos de Teologia do Seminário de São Salvador, e foi concelebrada pelo Superior de Dominus Flevit, Fr. Sebastiano Eclimes, pelo guardião do convento de São Salvador, Fr. Marcelo Cichinelli juntamente com os frades da Custódia e outros religiosos de Jerusalém. A homilia foi proferida por Dom Carlo Giuseppe Adesso, da Diocese de San Marino – Montefeltro, Itália - à serviço da Custódia. Ao comentar o episódio do Evangelho de Lucas, Dom Carlo mencionou que as lágrimas de Jesus por Jerusalém são também por toda a humanidade. Pe. CARLO GIUSEPPE ADESSO Diocese de San Marino – Montefeltro “A mensagem está contida no Evangelho que ouvimos, que o Senhor chorando disse: tu não me conheceste, tu não me reconheceste. A mensagem é esta, conhecer a Cristo e como um grande padre da Igreja nos ensina, conhecer a Cristo significa amá-lo e segui-lo; seguindo e amando a Cristo encontraremos a paz, a verdadeira paz; não a paz que o mundo dá, mas a paz que Ele próprio nos deixou.” Don Carlo também usou uma linguagem moderna para transmitir o conteúdo deste importante evento Pe. CARLO GIUSEPPE ADESSO Diocese de San Marino – Montefeltro "Vejamos então o pranto de Cristo de forma tridimensional, ou seja, um clamor que avança do passado e que recai sobre a cidade daquele tempo. Esse clamor também ilumina o presente, ajuda a entender o futuro, e neste caminho até o presente nossas lágrimas se fundem com as de Cristo, mas como o filme Quo Vadis nos lembra, as lágrimas têm apenas uma função, nos preparar para a alegria para a qual o pranto de Cristo nos garante, que no final dos tempos, todas as nossas lágrimas serão enxugadas em seu triunfo e sua vitória final”.