Festa da Ascensão: Com o olhar voltado para o céu
2020-05-21 14:01:14
Pequeno e único em seu gênero: para chegar ao local que faz memória a Ascensão de Jesus, quarenta dias após a Páscoa, é preciso subir ao ponto mais alto do Monte das Oliveiras, 808 metros acima do nível do mar: hoje sob a administração Muçulmana, mas uma vez por ano, recebe as celebrações das diversas confissões cristãs, de acordo com seus respectivos calendários.
Sob um sol escaldante a entrada solene, a oração das vésperas e das conclusões acontecem pela primeira vez, em muito tempo, com muito poucos fiéis, e com as mudanças das medidas anti-coronavírus que cancela a obrigação da máscara quando as celebrações acontecem ao ar livre.
Dentro da capela central, a pedra em que a tradição vê a pegada deixada por Jesus antes de ascender ao Pai, seguida pelo olhar dos discípulos. Então, nos Atos dos Apóstolos, se lê que dois homens vestidos de branco disseram aos Discípulos: “Homens da Galiléia, por que estão olhando para o céu? Este Jesus, que do meio de vós foi assunto ao céu, virá do mesmo modo que o viram ir ao céu."
Fr. DIEGO DALLA GASSA, ofm
Custódia da Terra Santa
"Já essa indicação, das pessoas que olham para o céu, foi muito importante para aqueles que construíram o primeiro lugar. Em 378, a nobre romana Poimenia construiu uma primeira estrutura, um primeiro edifício, com teto aberto."
Muito pouco resta do primeiro edifício: após sua destruição, os cruzados reconstruiram a edícula, deixando-a novamente sem a cúpula.
Fr. DIEGO DALLA GASSA, ofm
Custódia da Terra Santa
"Quando os muçulmanos chegaram aqui, em 1187, tomaram o lugar e pensaram em concluir esta edícula colocando o telhado. Porém eles não sabiam o que esse lugar significava. Estamos destinados ao céu: o homem está destinado a olhar para o céu para poder viver agora, aqui, nesta vida, e depois retornar ao céu."
Imagem Maio - 2019
No final da tarde, os paramentos foram recolhidos: uma consequência das restrições ainda em vigor, também as grandes tendas brancas criadas para receber os fiéis, bem como a parte mais sugestiva da festa: as numerosas celebrações noturnas que se sucedem dentro e ao redor da edícula até o amanhecer. Em parte, se recupera no dia seguinte pela manhã, bem cedo, com as celebrações do Núncio Apostólico Mons. Leopoldo Girelli, da Comunidade do Getsêmani, da comunidade árabe e, finalmente, com a missa solene presidida pelo Vigário da Custódia da Terra Santa.
Fr. DOBROMIR JASZTAL, ofm
Vigário da Custódia da Terra Santa
"A coisa mais importante que devemos pedir ao Senhor é que Ele continue sustentando as nossas vidas, iluminando-nos, guiando-nos com a graça de seu Espírito. Para que cada um de nós possa cumprir a missão para a qual foi chamado, servindo seus irmãos, mas acima de tudo, colocando o Senhor presente entre os irmãos. É o que os discípulos entenderam aqui, neste monte, é a esperança com a qual desceram na espera do Espírito Santo."
"A impossibilidade dos peregrinos de chegar aos santuários e Lugares Santos sensibilizou um pouco a todos", explicou o Vigário da Custódia, referindo-se ao momento histórico particular pelo qual o mundo inteiro está passando.
Fr. DOBROMIR JASZTAL, ofm
Vigário da Custódia da Terra Santa
"A ausência de peregrinos, não significa que as pessoas de todo o mundo estejam ausentes da Terra Santa. Todos os dias estamos aqui para lembrar, não apenas aqueles que pedem, mas todos aqueles que precisam de ajuda, de apoio."
Assista também
A cada passo, a cada batida: São Nicolau, o Peregrino
São Nicolau, o Peregrino, é um rapaz grego nascido em 1075, que conheceu Jesus quando tinha oito anos e, ao vê-lo, recebeu dele a oração do coração. Foi venerado como santo pelos católicos e assim permaneceu por aproximadamente nove séculos. Em 2023, os Gregos Ortodoxos da Itália incluíram-no no seu calendário litúrgico. Um santo verdadeiramente ecumênico, que tem muito a dizer aos peregrinos que hoje chegam a Jerusalém. Sua vida está escrita no livro de Pe. Natale Albino, Diplomata da Santa Sé.