Católicos celebram Ascensão do Senhor em Jerusalém
2016-05-05 11:20:54
Quarenta dias após a ressurreição do Senhor, os franciscanos da Terra Santa se reuniram nesta capela, situada no Monte das oliveiras, sobre a antiga vila de Betânia, para celebrar a ascensão de Jesus ao céu.
A capela que guarda a memória deste acontecimento fica em uma propriedade muçulmana, ao lado de uma mesquita, e esta ocasião é a única do ano em que os católicos podem celebrar uma liturgia neste lugar. Tendas foram montadas como suporte à infraestrutura, na pequena área ao redor da edícula, que foi preenchida com a presença de fieis locais, religiosos e peregrinos.
Ir. MIRIAM FERNANDO
Salesiana – Sri Lanka
“Estou muito feliz por estar aqui. Para mim é uma bênção poder experimentar a Ascensão do Senhor. Quando entrei aqui realmente senti que todos nós um dia estaremos juntos no céu”.
O fato, narrado pelo evangelista Lucas, marca o momento em que Jesus elevou-se da terra ao céu, à vista dos Seus apóstolos.
Já no inicio da santa missa, celebrada dentro da edícula, a rocha que fica no interior foi incensada.
Na homilia, o Vigário custodial, Pe Dobormir Jasztal, explicou que, no primeiro século a Igreja celebrava, em um só momento, Ressurreição, Ascensão e Pentecostes e, com o passar do tempo, as celebrações foram separadas.
Pe. DOBROMIR JASZTAL, ofm
Vigário da Custódia da Terra Santa
“Desde aquele momento, os discípulos compreendem o mistério do Reino de Deus e a missão de Jesus, compreendem a boa nova, a mensagem que Jesus lhes deixou para eles difundirem a fé, a boa nova pelo mundo inteiro. E somente depois da Ascensão, é que Jesus age, permanece sempre vivo nos corações deles, permanece vivo na missão deles. Porém, eles já entendem a profundidade do Seu mistério”.
A celebração teve inicio já no dia anterior, com o ingresso solene do vigário custodial, e a oração das vésperas pelos franciscanos.
Dentro da pequena edícula, está a rocha da ascensão, ainda com pegadas. Segundo a tradição cristã, Jesus estaria neste lugar antes de subir ao céu.
Frei ALESSANDRO CONIGLIO, ofm
Studium Biblicum Franciscanum
“Por isso, é de alguma forma o testamento que Jesus deixou, o último testemunho de Sua presença física entre nós. Agora Ele continua presente em nosso meio. Como digo sempre aos peregrinos quando vimos neste lugar, Jesus ter subido ao céu não significa que ele nos abandonou. Jesus está ainda mais em meio a nós, é agora uma presença ainda mais íntima”.
As ultimas palavras de Cristo na Terra foram uma promessa, a de que enviaria o Espirito Santo para dar força aos seus discípulos de serem Suas testemunhas nos quatro cantos do mundo.
Ir. ADRIANA SILVA
Salesiana Filha de Maria Auxiliadora - Uruguai
“Especialmente, agora que estamos esperando a festa de Pentecostes, vir aqui também nos recorda que o Senhor nos enviará Seu Espirito para estar conosco todos os dias até o final dos tempos. Que os cristãos em sua vida cotidiana podem fazer o bem, podem viver o evangelho, podem ter a segurança de que não estão sozinhos, mas que o Senhor os acompanha, os fortalece, os sustenta”.
Embora a festa da ascensão recorde um fato, também destaca parte da narrativa que ainda não foi cumprida. O mesmo Jesus que subiu ao céu, à vista dos discípulos, há mais de dois mil anos, um dia voltará.
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São Nicolau, o Peregrino, é um rapaz grego nascido em 1075, que conheceu Jesus quando tinha oito anos e, ao vê-lo, recebeu dele a oração do coração. Foi venerado como santo pelos católicos e assim permaneceu por aproximadamente nove séculos. Em 2023, os Gregos Ortodoxos da Itália incluíram-no no seu calendário litúrgico. Um santo verdadeiramente ecumênico, que tem muito a dizer aos peregrinos que hoje chegam a Jerusalém. Sua vida está escrita no livro de Pe. Natale Albino, Diplomata da Santa Sé.