A Festa do Profeta Moisés no Monte Nebo
2024-09-11 10:55:52
Há mais de 90 anos os frades da Custódia da Terra Santa guardam o lugar de onde, segundo a tradição, Moisés contemplou a Terra Prometida antes de morrer.
Um lugar fascinante onde a figura de Moisés é venerada ainda hoje por judeus, muçulmanos e cristãos. Peregrinos e visitantes contemplam a esplêndida paisagem da Terra Prometida, mas também a riqueza da antiga basílica que ao longo dos séculos conta, com os testemunhos dos primeiros peregrinos e a arte dos mosaicos, a história do profeta.
Na sexta-feira, 6 de setembro, centenas de fiéis participaram da festa do profeta Moisés. A missa foi presidida pelo reverendo Jihad Shweihat, vigário patriarcal para a Jordânia.
Fr. BERNARD THILAGARAJAH, ofm
Superior – Monte Nebo
Em primeiro lugar, a festa litúrgica ocorre no dia 4 de setembro. Mas, há alguns anos mudamos para a Primeira Sexta-feira próxima desta data, porque sexta-feira é feriado para todos aqui. Isso para oferecer a possibilidade de participação da população local, especialmente dos cristãos, por isso a transferimos.
Hoje foram celebradas duas missas com as paróquias, uma pela manhã e outra à tarde.
MONS. JIHAD SHWEIHAT
Vigário Patriarcal para a Jordânia
Antes de tudo estou muito feliz por celebrar hoje a Santa Missa de São Moisés. São Moisés é o maior profeta do Antigo Testamento e quase uma profecia de Jesus Cristo. Moisés, o Antigo Testamento, Jesus Cristo, o Novo. Este lugar nos faz recordar o povo do Antigo Testamento.
Esta terra é cristã, na Jordânia somos 2%. Mas não dizemos que somos cristãos ou muçulmanos, dizemos que somos jordanianos e vivemos na mesma terra, falamos a mesma língua. Vejamos em Madaba como as pessoas vivem, como existe unidade. Seja na igreja ou nas mesquitas todos temos os mesmos deveres, obrigações... mas é um país de paz, de esperança.
Frei Bernard e os frades franciscanos que vivem no Monte Nebo falam também da presença dos peregrinos no santuário e das dificuldades causadas pela guerra.
Fr. BERNARD THILAGARAJAH, ofm
Superior – Monte Nebo
Isto é como uma onda. Devido à guerra o número de peregrinos ou visitantes diminuiu 85%. No entanto, há dois ou três dias começaram alguns movimentos, inclusive às três horas houve uma missa com um grupo de filipinos, 38 pessoas. Aos poucos eles estão voltando. Feliz Festa de São Moisés. O único que conseguia falar face a face com Deus e depois com aquelas pessoas que guiou até aqui. Diz-nos a tradição que uma porção de pessoas entrou na terra prometida. Espero que você seja uma delas.
Fr.IBRAHIM PIO HADAD, ofm
Monte Nebo
Aqui os peregrinos e turistas vêm para ver o lugar santo do profeta Moisés, porque este é um lugar importante e, as pessoas que vêm para conhecer a igreja especialmente, encontram uma igreja acolhedora, sempre aberta. Podemos dizer que nesta situação de guerra muitas pessoas vêm visitar porque ouviram dizer que é uma bela igreja. Ouvi muitas pessoas dizerem: “Que linda igreja! Nunca imaginamos que fosse tão bela.” Sempre andamos para além da Jordânia, mas também aqui na Jordânia existem coisas lindas.
Fr. AMMAR SHAHIN, ofm
Monte Nebo
Somos 3 frades e a nossa principal função é acolher os peregrinos e cuidar do santuário. Recebemos todas as pessoas que vêm, não apenas os peregrinos. Dedicamos boa parte do nosso tempo aos visitantes e peregrinos do Monte Nebo. O mês de setembro seria alta temporada. Porém, devido à guerra em Gaza, infelizmente o número de pessoas diminuiu, recebemos no máximo 250, 300 pessoas por dia. Neste período em tempos normais receberíamos 4.000 ou 5.000 pessoas por dia.
Fr. Ammar conta que neste período chegava-se ao número de até vinte missas por dia, agora é celebrada apenas uma por semana. Também nos fala sobre o mal desta guerra.
Fr. AMMAR SHAHIN, ofm
Monte Nebo
Todo o povo da Jordânia sente-se atingido por esta guerra. Esperamos que termine logo porque no final quem paga esta conta é o pobre povo. Rezemos para que a paz chegue ao mundo inteiro.
Assista também
A cada passo, a cada batida: São Nicolau, o Peregrino
São Nicolau, o Peregrino, é um rapaz grego nascido em 1075, que conheceu Jesus quando tinha oito anos e, ao vê-lo, recebeu dele a oração do coração. Foi venerado como santo pelos católicos e assim permaneceu por aproximadamente nove séculos. Em 2023, os Gregos Ortodoxos da Itália incluíram-no no seu calendário litúrgico. Um santo verdadeiramente ecumênico, que tem muito a dizer aos peregrinos que hoje chegam a Jerusalém. Sua vida está escrita no livro de Pe. Natale Albino, Diplomata da Santa Sé.