Cardeal Zuppi: “Chegamos tarde. Vamos voltar a sonhar alto”.

2024-06-18 07:33:02
O Cardeal Matteo Zuppi, Presidente da Conferência Episcopal Italiana, liderou uma peregrinação de 160 fiéis vindos de toda a Itália à Terra Santa. A primeira parada foi na Basílica da Agonia, no Getsêmani, onde foram recebidos pelo Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, e pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Sua Beatitude o Cardeal Pierbattista Pizzaballa. S.B. Card. Pierbattista Pizzaballa Patriarca Latino de Jerusalém O Getsêmani é o lugar da traição, mas também o lugar onde Jesus se entrega. Onde, em certo sentido, nasce uma nova perspectiva de vida. Especialmente neste contexto de grande desconfiança, o sinal que aqui recebemos, e que gostaria que este grupo também compreendesse, é que precisamos confiar. Muitos jornalistas estão presentes neste grupo, a eles é pedido expressamente a considerar o quão negativa e contraproducente é uma comunicação que não leva em conta os esforços heróicos e as muitas realidades religiosas e civis que diariamente tentam reconstruir as relações humanas e os laços de respeito e amizade entre diferentes identidades e sensibilidades. Os peregrinos italianos, num curto mas intenso período de apenas quatro dias, dividiram-se em diferentes grupos e encontraram separadamente múltiplas realidades locais, como as famílias dos reféns, que são expressão tanto da sociedade israelense, como da sociedade palestina; também voluntários e trabalhadores em Belém, Beit Sahour, Taybeh e outras cidades. S. E. Card. Matteo Zuppi Arcebispo de Bolonha – Presidente da Conferência Episcopal Italiana Precisamos de um amor que por si mesmo una essas duas dores, e que evite classificações - porque, se existe a minha, vai necessariamente contra a sua - realmente me pareceu uma indicação muito importante. O Cardeal Zuppi visitou o Caritas Baby Hospital de Belém e nesta ocasião passou um tempo com os pais dos pacientes pediátricos. Foi importante a visita do Patriarca Grego Ortodoxo Teófilo, com quem o Cardeal Zuppi abordou questões importantes sobre o papel das igrejas no atual cenário geopolítico internacional. S. E. Card. Matteo Zuppi Arcebispo de Bolonha – Presidente da Conferência Episcopal Italiana As religiões podem e devem ser uma grande força, devem ser um grande recurso na busca da paz. Não devem ser utilizadas como motivo de violência ou guerra, mas devem procurar ser, precisamente pela sua própria essência, motivo de diálogo. O Patriarca Teófilo, sem dúvida, está convencido disso. E precisamos encontrar delas respostas apropriadas. Chegamos tarde de alguma forma, porque infelizmente estivemos observando demais. As religiões devem estar presentes com as suas vozes para indicar possíveis caminhos para a paz. E para dirigir no caminho para a paz. Em diversas ocasiões o Cardeal Zuppi convidou as Dioceses italianas a retomarem sem medo as peregrinações à Terra Santa. De fato, alguns movimentos e realidades eclesiais, especialmente leigos, nunca deixaram de trazer os seus membros aqui para a Terra Santa, apesar do conflito. Hoje, aos bispos italianos é exigido um excesso de coragem para se mostrarem portadores de uma fé que não se deixa vencer pelo desânimo ou pelo medo. Para o Cardeal Zuppi, isto também deve traduzir-se num novo compromisso político por parte dos católicos. S.E. Card. Matteo Zuppi, Arcebispo de Bolonha – Presidente da Conferência Episcopal Italiana Precisamos voltar a sonhar alto. Temos um grande sonho que o Papa Francisco indicou em “Fratelli tutti”, que é uma grande visão. Enfraquecemos terrivelmente os instrumentos que foram criados com grande providência após a Segunda Guerra Mundial. E agora que entendemos que a terceira guerra mundial é global - porque as guerras são globais - e a terceira seria mesmo a última, algo que os sobreviventes da segunda tiveram muito claro ao verem aquele horror, vamos tentar compreender, sem necessariamente ter que lidar com o horror novamente, que é o momento de nos dotarmos das regras e instrumentos. Irene Salieri Assessora para os Direitos Humanos do Município de Mira (VE) Foram muitos encontros maravilhosos, vimos a vontade de todos em tentar superar esta terrível situação. Conhecemos o responsável das Nações Unidas que nos explicou o que estão fazendo para ajudar a população. Conhecemos a família Daud, da Tenda das Nações, ouvindo o que fazem para favorecer o encontro e a solidariedade, e a possibilidade de permanecer neste território, para que seja partilhado e a vida seja partilhável e boa para todas as populações. S. Ecc. Dom Giovanni Ricchiuti Bispo Emérito de Altamura - Presidente da Pax Christi A paz é fruto da justiça e justiça significa precisamente reconhecer os direitos da pessoa e isto é uma advertência para aqueles que são responsáveis pelo presente e pelo futuro da humanidade. Não podem continuar no caminho da subtração dos direitos.
A cada passo, a cada batida: São Nicolau, o Peregrino
A cada passo, a cada batida: São Nicolau, o Peregrino

São Nicolau, o Peregrino, é um rapaz grego nascido em 1075, que conheceu Jesus quando tinha oito anos e, ao vê-lo, recebeu dele a oração do coração. Foi venerado como santo pelos católicos e assim permaneceu por aproximadamente nove séculos. Em 2023, os Gregos Ortodoxos da Itália incluíram-no no seu calendário litúrgico. Um santo verdadeiramente ecumênico, que tem muito a dizer aos peregrinos que hoje chegam a Jerusalém. Sua vida está escrita no livro de Pe. Natale Albino, Diplomata da Santa Sé.